Mariana
entrou no quarto muito triste, pois acabara de descobrir que a sua irmã mais
velha não estaria com a família na noite de Natal.
- Eu gostava que ela
estivesse connosco! Mas, se ela não acredita no Natal que posso eu fazer? – exclamou
ela indignada, quando os pais lhe contaram a novidade.
Desiludida
e triste com a sua irmã Raquel, Mariana chorou, chorou, chorou,.. Quando os
olhos já estavam cansados e a pele desidratada com tanta água perdida, ela
adormeceu…
Acordou
num sítio diferente, já não estava no seu quarto. Estava numa aldeia em
miniatura ou numa floresta sem árvores… Havia quatro bandeiras, que ela pensou
que assinalassem ruas ou bairros… Existiam seres em miniatura verdes, amarelos,
vermelhos e azuis. Em cada bairro só viviam seres de uma cor. Pareciam vários
países em guerra. Os azuis não se misturavam com amarelos e os verdes não se
misturavam com vermelhos. Mariana estava meio perdida e, sem saber para onde
ir, pediu ajuda a um pigmeu azul:
- Desculpe, podia dizer-me
para onde ir?
- Porque não vens comigo? Serás
uma convidada do mundo dos pequenoides,
és minha convidada. Vamos beber
chazinho, menina…
E,
arrastada pelas mãozinhas do homenzinho azul, chegou ao pequeno bairro e muito
encolhida entrou na pequena casinha. Ficou muito espantada quando entrou e não
viu árvores de Natal, nem enfeites, nem doces, nem bolo--rei.
Depois
de terem uma conversa, Mariana ficou a saber que, antes havia uma rainha tão
bondosa, que a sua bondade falava mais alto do que as diferenças dos pequenoides e, no Natal tudo estava cheio
de esplendor. Quando ela faleceu, tudo isso se acabou.
Os pequenoides
de cada tribo não se entendiam … por isso, o Natal não se festejava havia
vários anos. Mariana, ao ouvir aquilo indignou-se, enraiveceu-se, pois passar o
Natal sem Raquel não seria divertido, mas passar a noite de 24 num sítio onde
não havia Natal, era demais! Esquecendo-se que era tímida, gritou em altos
berros numa praça onde se cruzavam todas as tribos:
- Vocês adoravam o Natal,
não é por causa da morte de uma Rainha que o têm de deixar de festejar!
- Acalma-te, menina – pediu
o homenzinho azul.
Mariana
esperava que aquilo fizesse algum efeito na forma de pensar dos pequenoides. Fez efeito… só não foi o
esperado. Haveria quatro Natais: o azul, o vermelho, o verde e o amarelo.
Mariana
não queria isto. Então, nessa noite fez um bolo-rei com a receita da avó,
bacalhau e cortou um Pinheiro de Natal.
Quando
os pequenoides acordaram, ficaram
estupefactos a olhar. Mariana tentava pôr enfeites no Pinheiro de Natal e com
um grande sorriso pediu:
- Podiam ajudar-me?
Um
por um, homenzinhos, mulherzinhas e criancinhas de várias cores, ajudaram
Mariana a fazer o Pinheiro de Natal mais bonito do Universo. Na Noite de Natal
todos eles comeram bolo-rei, bacalhau, deliciaram-se com os doces, dançaram,
cantaram e deram a Mariana, a honra de colocar a Estrela no topo do Pinheiro.
Quando bateram as doze badaladas, anunciando a meia--- -noite, todos os pequenoides abriram os presentes sem se
preocuparem de que tribo é que vinham. Mariana estava tão cansada que
adormeceu…
Acordou
no seu quarto, outra vez e, olhando para o calendário de parede, apercebeu-se
que faltavam umas horas para a meia-noite do dia 24.
Aquele
sonho que tivera, mostrou-lhe o que a irmã estava a perder. Por isso, saiu para
ir buscar Raquel. A rua estava repleta de gelo e neve. Quando finalmente a
encontrou, pediu-lhe que voltasse para casa. Raquel respondeu-lhe que não, mas
Mariana mostrou-se tão convincente que Raquel acabou por aceitar, até porque
estava com medo que a irmã se perdesse.
Ao
chegar a casa, Mariana não cumprimentou ninguém, arrastou a irmã até à sala,
pespegou-lhe a Estrela na mão e mandou-a colocá-la na Árvore de Natal. Quando
Raquel viu a Estrela a tocar na Árvore e ouviu o relógio de parede cantar a meia-noite,
percebeu que o verdadeiro Espírito de Natal não são os presentes e os doces, é
a bondade e a partilha, é a família e não há festa que pague isso!
Abraçou
Mariana, agradecendo-lhe tê-la ido buscar!
FELIZ NATAL
e um BOM ANO NOVO!
Carolina
Quitério |6º A
15-12-2013