- Minha senhora, dai-me um bocadinho de pão, por favor, estou a morrer de fome.
A mulher, muito avarenta, disse:
- Não! Tu não tens jeito nenhum, cheiras mal e pareces um macaco!
O miúdo, ouvindo isto, foi a correr para o seu canto na cidade (uma gruta que abrigava outros pobres) contar à mãe o que se tinha passado. A mãe dele, escutando-o, não hesitou e disse:
- Meu filho, nunca peças nada a essas pessoas, porque pessoas ricas nunca serão felizes nas suas vidas.
No dia seguinte, o Miguel foi pedir outra vez e encontrou um senhor com bom aspecto que lhe perguntou:
- O que tens, criança? Estás com mau aspecto.
- Eu e a minha mãe não temos nada para comer e não temos onde viver.
- Então onde vives?
- Vivo numa gruta com outros pobres.
- E como dormes?
- Durmo no chão, com uns trapos.
- Coitado de ti! Vem comigo.
Seguiu o senhor que o levou para uma instituição de adopção chamada Sunshine, onde assinou uns papéis que descreviam a situação da criança.
O Miguel ficou no centro de adopção durante três longos anos à espera que alguém, com condições económicas, o adoptasse. Até que um dia, uma família com duas crianças, o adoptou. Essa família tinha condições de vida favoráveis.
E assim, arranjou uma família onde, finalmente, viveu com alguém que lhe pudesse dar comida e um lugar onde morar.
Dois meses depois, os pais adoptivos do Miguel souberam que a mãe do menino continuava a viver na rua. Ao ouvirem isto, os pais foram acolher a mãe biológica do Miguel. Ela ficou a viver e a trabalhar com eles.
Bernardo M. J. Soares | 5º F
Junho de 2011