terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O NATAL É DE TODOS!

Mariana entrou no quarto muito triste, pois acabara de descobrir que a sua irmã mais velha não estaria com a família na noite de Natal.
- Eu gostava que ela estivesse connosco! Mas, se ela não acredita no Natal que posso eu fazer? – exclamou ela indignada, quando os pais lhe contaram a novidade.
Desiludida e triste com a sua irmã Raquel, Mariana chorou, chorou, chorou,.. Quando os olhos já estavam cansados e a pele desidratada com tanta água perdida, ela adormeceu…
Acordou num sítio diferente, já não estava no seu quarto. Estava numa aldeia em miniatura ou numa floresta sem árvores… Havia quatro bandeiras, que ela pensou que assinalassem ruas ou bairros… Existiam seres em miniatura verdes, amarelos, vermelhos e azuis. Em cada bairro só viviam seres de uma cor. Pareciam vários países em guerra. Os azuis não se misturavam com amarelos e os verdes não se misturavam com vermelhos. Mariana estava meio perdida e, sem saber para onde ir, pediu ajuda a um pigmeu azul:
- Desculpe, podia dizer-me para onde ir?
- Porque não vens comigo? Serás uma convidada do mundo dos pequenoides,  és minha convidada. Vamos beber chazinho, menina…
E, arrastada pelas mãozinhas do homenzinho azul, chegou ao pequeno bairro e muito encolhida entrou na pequena casinha. Ficou muito espantada quando entrou e não viu árvores de Natal, nem enfeites, nem doces, nem bolo--rei.
Depois de terem uma conversa, Mariana ficou a saber que, antes havia uma rainha tão bondosa, que a sua bondade falava mais alto do que as diferenças dos pequenoides e, no Natal tudo estava cheio de esplendor. Quando ela faleceu, tudo isso se acabou.
 Os pequenoides de cada tribo não se entendiam … por isso, o Natal não se festejava havia vários anos. Mariana, ao ouvir aquilo indignou-se, enraiveceu-se, pois passar o Natal sem Raquel não seria divertido, mas passar a noite de 24 num sítio onde não havia Natal, era demais! Esquecendo-se que era tímida, gritou em altos berros numa praça onde se cruzavam todas as tribos:
- Vocês adoravam o Natal, não é por causa da morte de uma Rainha que o têm de deixar de festejar!
- Acalma-te, menina – pediu o homenzinho azul.
Mariana esperava que aquilo fizesse algum efeito na forma de pensar dos pequenoides. Fez efeito… só não foi o esperado. Haveria quatro Natais: o azul, o vermelho, o verde e o amarelo.
Mariana não queria isto. Então, nessa noite fez um bolo-rei com a receita da avó, bacalhau e cortou um Pinheiro de Natal.
Quando os pequenoides acordaram, ficaram estupefactos a olhar. Mariana tentava pôr enfeites no Pinheiro de Natal e com um grande sorriso pediu:
- Podiam ajudar-me?
Um por um, homenzinhos, mulherzinhas e criancinhas de várias cores, ajudaram Mariana a fazer o Pinheiro de Natal mais bonito do Universo. Na Noite de Natal todos eles comeram bolo-rei, bacalhau, deliciaram-se com os doces, dançaram, cantaram e deram a Mariana, a honra de colocar a Estrela no topo do Pinheiro. Quando bateram as doze badaladas, anunciando a meia--- -noite, todos os pequenoides abriram os presentes sem se preocuparem de que tribo é que vinham. Mariana estava tão cansada que adormeceu…
Acordou no seu quarto, outra vez e, olhando para o calendário de parede, apercebeu-se que faltavam umas horas para a meia-noite do dia 24.
Aquele sonho que tivera, mostrou-lhe o que a irmã estava a perder. Por isso, saiu para ir buscar Raquel. A rua estava repleta de gelo e neve. Quando finalmente a encontrou, pediu-lhe que voltasse para casa. Raquel respondeu-lhe que não, mas Mariana mostrou-se tão convincente que Raquel acabou por aceitar, até porque estava com medo que a irmã se perdesse.
Ao chegar a casa, Mariana não cumprimentou ninguém, arrastou a irmã até à sala, pespegou-lhe a Estrela na mão e mandou-a colocá-la na Árvore de Natal. Quando Raquel viu a Estrela a tocar na Árvore e ouviu o relógio de parede cantar a meia-noite, percebeu que o verdadeiro Espírito de Natal não são os presentes e os doces, é a bondade e a partilha, é a família e não há festa que pague isso!
Abraçou Mariana, agradecendo-lhe tê-la ido buscar!

FELIZ NATAL
e um BOM ANO NOVO!
 Carolina Quitério |6º A

                                                                                                         15-12-2013